sábado, 4 de agosto de 2012

Reportagem na revista : +OPINIÃO


História do bordado – Fátima Ramos

FátimaRamosDestaque
História do bordado – Ponto cruz
Hoje, temos uma rubrica muito técnica. O bordado ponto cruz. Para as mais apaixonadas e que não conhecem a sua origem, após algumas pesquisas, nem todas consensuais, encontrei um site interessante sobre pontocruz  do qual extraí o texto abaixo  apresentado. A sua autora, sugere a leitura do livroUma arte fascinante 1, Marileny Pido, “Minimotivos, barrados e monogramas”.
“Na evidência histórica e arqueológica disponível, não há ainda a informação exacta para seguir as origens do ponto cruz. O exemplo concreto de um trabalho completo em ponto cruz no linho, foi encontrado numa tumba do alto Egito, preservada pelo clima seco do deserto, que data aproximadamente de 500 DC. As fibras naturais como as do tecido, são perecíveis e raramente sobrevivem ao tempo, diferente dos metais e objetos cerâmicos encontrados nos campos arqueológicos, por isso, há grande dificuldade em encontrar exemplos anteriores a este. Alguns historiadores, sugerem que o desenvolvimento do ponto cruz deve-se muito ao artesanato chinês, onde este tipo de bordado floresceu durante a dinastia T’ang entre (618-916) DC, período em que os persas, árabes, gregos e viajantes da Índia, seguiram a rota da seda e estabeleceram-se na China. Há uma evidência que estes imigrantes influenciaram os projetos de artes dos chineses, particularmente os feitos sobre o tecido. Exemplos de tecidos chineses mostram a similaridade encontrada nos tecidos persas. A técnica do ponto cruz espalhou-se por muitos países e os projectos em ponto cruz foram trocados entre várias culturas, em diferentes áreas geográficas. As funções mais importantes do ponto cruz no seu início foram: a valorização das roupas bordadas e a decoração da casa que indicavam a riqueza e o status da família na comunidade. A técnica do ponto cruz sobreviveu até aos tempos actuais, pois foi passada através das gerações, de mãe para filha.Os trabalhos em ponto cruz são tão valorizados quanto as mais belas pinturas e esculturas, considerados verdadeiras obras de arte”.
A nossa convidada, é natural da Ilha de S.Miguel – Açores. Conceição Silveira, autora do blog  os meus trabalhos . Na entrevista que concedeu à “Voz do Artesão” , relata-nos um episódio absolutamente invulgar mas muito interessante.
Voz Artesão – Conceição, obrigada por aceitar o nosso convite. Fale-nos um pouco de como entrou o artesanato na sua vida
CS – Comecei no artesanato muito novinha, nem sei com quantos anos, sentava-me ao lado da minha mãe, quando ela costurava a nossa roupa.Fazia roupas para as minhas bonecas, mas principalmente bordava pequenos panos a ponto cruz, para enfeitar a mesinha delas, tricot, meias e pequenos xales.
Voz Artesão – Realizou estes trabalhos até hoje?
CS – Não. Parei durante muitos anos. Quando recomecei , consegui mandar fazer o gráfico, da foto da queima das fitas de minha filha, como foi o primeiro trabalho deste género, fiz com poucos pontos. Terminado, pendurei o quadro para ver o resultado. Bordei muito rápido, estava ansiosa para ver o resultado final. A seguir o do meu filho , este mais trabalhoso pois tem 80 mil pontos e 150 cores de linha! – A paixão do ponto cruz aumentou e nunca mais parei, a título de exemplo, bordei o marido, sobrinhos, pessoas amigas e vários do Senhor Santo Cristo dos Milagres, entre outros.
Voz Artesão – Conceição, conte-nos como aconteceu o Presidente Obama ter em seu poder um quadro feito por si.
CS – Um dia vi uma foto do Obama, numa revista. Nessa foto ele está a chorar, pensei de imediato bordá-la. Como há já vários anos tenho o programa de transformar foto em gráfico, fi-lo e, realmente o resultado final do gráfico, ficou espectacular, via-se a própria lágrima. Perfeito, pensei.
Voz Artesão – Mas não é essa a famosa foto,…
CS – Não, porque depois de muito olhar para ela senti que não o identificava como sendo o Presidente da América, então, fiz a outra com a casa Branca. Quando comecei a bordar, foi a pensar em enviar o quadro para a casa Branca e assim, aconteceu. Falei com o consulado Americano, para o quadro ser enviado por via diplomática, tinha desta forma a certeza que ele teria o final que eu pretendia, ser entregue ao seu destinatário. Assim aconteceu, pois ao fim de alguns meses , recebi um diploma, assinado pelo Presidente Obama e esposa, o que me deixou muito satisfeita.
Voz Artesão – aliás as fotos que constam no blog demonstram bem o que nos referiu. Quantos quadros já bordados, tem uma ideia?
CS – Ainda não contei os quadros que bordei, mas são muitos, alguns mais trabalhosos do que outros , mas sempre com resultado muito satisfatório. O último que bordei é para mim muito especial , porque desde que O Papa João Paulo II faleceu , pensei em borda-lo , confesso que fiquei encantada com o resultado final.De tantos quadros bordar e de tantos movimentos repetitivos , estou agora parada com a epicondilite.
Voz Artesão – Pequena nota sobre esta doença :O epicôndilo é urna proeminência da extremidade inferior do úmero que se encontra muito perto da articulação do cotovelo. Os músculos que se unem ao epicôndilo são os que provocam a extensão do punho e a supinação do antebraço, ou seja, o movimento giratório que permite mover a mão para a frente ou para cima .Dado que a epicondilite é provocada pelas contracções forçadas e repetitivas destes músculos, a doença é especialmente frequente nas pessoas que habitualmente realizam movimentos de supinação do antebraço e de extensão do punho, como é o caso dos tenistas, donas de casa e em várias outras profissões.(fonte medipedia ).